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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Trocando o óleo da sua moto.

Lubrificando sua moto Com características de funcionamento diferentes das dos automóveis, os motores das motocicletas precisam de lubrificantes desenvolvidos especialmente para elas. Existem motos de todos os tipos e usos, dos mais sofisticados motores de competições a outros usados somente para transporte diário e escolher o lubrificante certo para sua moto não é tarefa fácil, mas é decisivo para garantir um bom desempenho, resistência e durabilidade. As motos podem ser equipadas com motores de 2 ou 4 tempos e, por isso mesmo, alteram substancialmente seus requisitos quanto ao óleo a ser utilizado. É comum encontrar na embalagem de um óleo formulado para motos, as mesmas especificações dos óleos de automóveis (por exemplo: API SH ou API SL), no entanto, é muito importante entender as diferenças que existem entre esses óleos e também as especificações próprias dessa utilização. A grande maioria das motos, hoje em dia, é equipada com motorização de 4 tempos que possuem sistema motor/ transmissão acoplados, onde o lubrificante responsável pela lubrificação do motor também é responsável pela lubrificação do sistema de transmissão. Além disso, esses motores funcionam com rotações e temperaturas muito mais elevadas do que nos automóveis com um volume de óleo bem menor, exigindo períodos de troca de óleo bem menores. Segundo Nelson J.A. Ribeiro, Coordenador de Desenvolvimento de Produtos da Ipiranga, para as grandes motos de alta cilindrada, o óleo deverá ser trocado a cada cinco mil quilômetros, enquanto que para motos menores a troca deve ser feita até mil e quinhentos quilômetros, conforme indicação dos fabricantes dos equipamentos. Flávio Gusmão, engenheiro da Gerência Industrial da Petrobrás Distribuidora, ressalta que os óleos para motos devem ser desenvolvidos para não prejudicar a transmissão, evitando que a embreagem patine e as marchas saltem. “Além disso, o uso de óleos para automóveis em motocicletas pode levar a uma redução na vida útil do sistema” – completa Flávio. Para se ter uma idéia mais precisa sobre o funcionamento de um motor de motocicleta em comparação com um motor de automóvel, observamos que uma moto de apenas 125 cilindradas trabalha a 7.500 r.p.m., enquanto um carro de 1.800 cilindradas atinge 5.600 r.p.m., ou seja, o lubrificante é exposto a uma severidade muito maior, com temperaturas em torno dos 150º C e maior consumo de óleo. Para a gerente de produtos da Shell para a América Latina, Norma Regina Souza, a correta lubrificação significa conservação da máquina e segurança para o piloto: “O óleo para motos precisa ter principalmente uma boa resistência à oxidação para proteção geral do equipamento, boa preservação da película lubrificante e das características de fricção a diferentes temperaturas e condições de umidade”. Classificando o óleo lubrificante Como ensina o livro “Lubrificantes e Lubrificação Industrial”, de Belmiro e Carreteiro, as classificações dos óleos lubrificantes podem ser feitas tanto por viscosidade quanto por desempenho. A SAE (Society of Automotive Engineers) classifica os óleos lubrificantes pela viscosidade, segundo a norma chamada de J-300, que está relacionada com a espessura da película lubrificante e sua resistência à variação de temperatura. Nessa classificação, os óleos recebem números de acordo com a faixa de viscosidade, e os chamados multigrau têm a letra “W” para as especificações de baixas temperaturas (Ex. 20W-50, 10W-40 etc). As duas principais classificações de desempenho, tanto para motos de 4 tempos como para as de 2 tempos, foram criadas e são mantidas pelo API (American Petroleum Institute) e pela JASO (Japanese Automobile Standards Organization). O óleo para 4 tempos Em se tratando de um óleo para motor a combustão, a classificação APÍ para motores de 4 tempos segue o sistema usado para automóveis, tais como API SF, API SH e API SL. Entretanto, é extremamente relevante verificar se a marca comercializada também atende aos requisitos para motos. Nesse caso, uma vez que os maiores fabricantes de motocicletas são japoneses, é importante considerar a especificação JASO que classifica os óleos com as letras MA (MA1 e MA2) para aqueles que não contêm modificadores de fricção e MB para os que possuem aditivos anti-fricção. Segundo Norma Regina, as motos equipadas com motores de 4 tempos devem utilizar os óleos JASO MA para que não ocorram o deslizamento da embreagem e a perda de potência do motor. Já para Flavio Gusmão, em função de todas estas exigências, é importante destacar que lubrificantes para motores de automóveis não podem ser utilizados em motocicletas: “Já o contrário é possível, desde que o óleo de motocicleta atenda às recomendações de desempenho e viscosidade do fabricante do automóvel”. Nelson Ribeiro lembra que a utilização de óleos multiviscosos é preferencial para motos, e que além das aprovações internacionais, os produtos devem apresentar em suas embalagens o número de registro da ANP – Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis.

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