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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Vai deixar sua moto parada, veja como fazer.

Depois daquela longa (ou até mesmo curta) viagem de fim de ano, infelizmente, chegou a hora de encostar sua motocicleta na garagem e voltar ao batente. Certo? Não, errado. Antes de parar sua moto há alguns cuidados importantes que devem ser tomados – não largue sua companheira lá esquecida juntando poeira. Durante as “férias” da sua moto, vale a pena ficar atento para não ter surpresas desagradáveis da próxima vez que for pegar a estrada. Para isso conversamos com especialistas e elaboramos um guia para ajudá-lo a não passar nervoso antes de sua próxima aventura. A primeira atitude que os mecânicos recomendam ao voltar de uma viagem, seja praia, campo ou interior, é uma lavagem completa. Pois o sal, lama, areia e outras sujeiras acumuladas podem deteriorar partes de sua motocicleta. Depois de limpa, a lubrificação das articulações deve ser minuciosa, utilizando o lubrificante adequado para cada peça. Esse item merece um cuidado especial, pois algumas partes podem ficar ressecadas e ter seu funcionamento comprometido da próxima vez que você for rodar com sua moto. Peças, como eixo e rolamento, por exemplo, terão de ser trocados muito antes da hora, caso não sejam lubrificados adequedamente. Outro item que sempre dá dor de cabeça aos motociclistas mais descuidados é a bateria. Por isso Antonio Marcos Montagnana, conhecido como Marquinhos, mecânico que já participou oito vezes do Rally dos Sertões, aconselha deixar o componente sempre desligado. “O cabo positivo da bateria tem que ser desconectado para que o motociclista não tenha surpresa desagradável ao tentar dar a partida”. Segundo Marquinhos, o tanque de combustível deve ser drenado. No caso de motos carburadas é necessário drenar também o combustível da(s) cuba(s) do(s) carburador(es). “Outra dica é injetar um pouco de desengripante através do tubo de alimentação de combustível, para manter peças internas, como agulha de bóia, sempre sob efeito de uma película lubrificante protetora”, finaliza. Outro detalhe que merece atenção é a corrente. A maioria das pessoas usa graxa, preta ou branca, ou um lubrificante inadequado, o que para o mecânico especializado em duas rodas, da oficina Street Fighters, Rogério China Otani, é como passar um creme esfoliante. “A graxa acumula poeira e com o tempo destrói os retentores e o-rings da corrente. Deve ser utilizado um lubrificante especial para corrente, que tem um fixador que não deixa o lubrificante se desprender ao rodar, e também não acumula resíduos”, aconselha. Os especialistas alertam ainda para outros detalhes, como combustível de qualidade, óleo apropriado, calibragem correta dos pneus, entre outros, para evitar desagradáveis surpresas. Um exemplo simples, mas que muitos se esquecem, é o aperto da moto, explica China. “Muitas pessoas pensam que o reaperto da moto só deve ser feito quando ela é submetida a terrenos mais irregulares, o que é errado. A vibração, que acontece em qualquer tipo de solo, vai soltando parafusos e isso pode se tornar um problema no futuro”, avalia. Por isso mesmo, China aconselha ao motociclista levar sua moto para um mecânico de confiança realizar esse “reaperto” depois de uma longa viagem. Protegida Já que sua moto vai ficar parada por algum tempo, pelo menos até a próxima aventura, nada mais justo que os pneus recebam uma atenção especial. China aconselha uma calibragem extra, em torno de cinco libras acima do recomendado pelo fabricante – porém a dica só vale se a moto for ficar estacionada. Para evitar que os pneus apoiados no chão por muito tempo fiquem “quadrados”, os mecânicos aconselham ainda o uso de um cavalete. Marquinhos dá outra dica importante: “se possível, mantenha os pneus sempre calibrados com nitrogênio, pois este gás não sofre com a ação da temperatura, mantendo por um período muito maior a calibragem recomendada. Porém não se deve utilizar o nitrogênio para calibragem de motos esportivas, pois como se trata de um gás frio, pode interferir na temperatura de aquecimento dos pneus em altas performances”. Uma proteção, como uma capa, é recomendada. Principalmente para quem tem cachorro em casa. A urina corrói aros e raios e é péssima para sua moto. Não se esqueça! Alguns procedimentos simples ainda contribuem para que sua moto fique sempre em ordem. A motocicleta deve ser ligada a cada dez dias, pelo menos. Algumas voltas no quarteirão periodicamente já são suficientes para que o combustível limpe todo o sistema de alimentação, evitando formações de borras. Além disso, todo o sistema elétrico e eletrônico da sua moto será revitalizado, recarregando a bateria naturalmente. Portanto, não esqueça sua companheira de estrada largada no canto. Moto foi feita para rodar! Entretanto, se o descuido aconteceu e sua moto já enfrenta problemas, Marquinhos adverte: “No caso de motocicletas com mais de um cilindro que só possuam partida elétrica, aconselha-se nunca dar o famoso ‘tranco’, nem se utilizar da famosa ‘chupeta’”. O mecânico explica que o tranco pode causar travamento do motor ou comprometer as bielas da moto. Já a “chupeta” pode queimar componentes elétrico/eletrônicos importantes da motocicleta, como módulos, relês, CDI, etc. Se você tiver disciplina e, mais do que isso, hábito de realizar estes procedimentos em sua motocicleta, a economia pode chegar a R$ 500. Sim, é este o valor médio para quem liga para um mecânico de última hora implorando socorro para poder, enfim, pegar a estrada tranquilo. Dez dicas rápidas para quem vai deixar a moto parada 1- Sempre que voltar de uma viagem, lave sua motocicleta 2- Mantenha sua moto lubrificada 3- O pólo positivo da bateria deve ser desligado 4- É importante drenar todo o combustível do tanque de gasolina 5- A corrente deve receber um lubrificante especial 6- O reaperto da sua motocicleta deve ser feito periodicamente 7- O pneu deve receber uma calibragem extra, em torno de cinco libras 8- Use uma capa para cobrir sua moto 9- Ligue sua motocicleta a cada dez dias 10- Não dê tranco, nem faça chupeta em sua moto caso a bateria descarregue

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